03/10/2009

Expomusic 2009




Hail, people. Estive na Expomusic e é claro que não dá pra contar tudo aqui. Pra quem não conhece, a Expomusic é a maior feira da América Latina voltada ao mercado musical. A feira acontece anualmente e neste ano ocorreu de 23 a 27 de setembro. A abertura ao público em geral ocorreu nos dias 25, 26 e 27 sendo que nos dois primeiros dias a feira era restrita somente a profissionais do mercado musical. Fui no dia 26 (sábado) e quis voltar no domingo mas voltei tão cansado que optei por descansar em casa, já que no outro dia teria de voltar ao trabalho.
Vou me ater hoje a algumas marcas e eventos que me chamaram a atenção na feira.

Shelter - É uma marca que está em constante crescimento. Tive meu primeiro contato com uma guitarra Shelter a 8 anos, quando um aluno meu comprou um modelo Srato dessa marca. Já na época achei interessante uma marca com preço acessível e boa qualidade. Além da boa qualidade, agora eles estão investindo na variedade de modelos. Vi uma Flying V muito bonita, SG, Strato (não fiquei muito tempo no stand e não vi se eles tem alguma Telecaster...). A marca é representada no Brasil pela Habro Music, o que já comprova a sua qualidade.






Studiologic - A marca ainda não é forte no Brasil, mas considero um dos melhores teclados e controladores que já vi. Talvez ainda não esteja forte devido ao preço alto. Agora, vou contar um segredo: quando montar meu estúdio, meu sonho é equipá-lo com um Studiologic. Tinha muita gente no stand e não consegui tocar, então tive de me contentar em apreciar o seu som maravilhoso. Acho que nenhum músico continua sendo o mesmo depois de tocar um teclado desses.



Tagima - A mais conhecida marca nacional de guitarras e baixos. Continua sendo uma das melhores, mas não vi nada de inovador por parte da marca nesse ano (o que não denigre a sua imagem, é claro). Continua sendo o seu carro-chefe a Tagima Zero. Foi bom ver de perto os modelos Signature Kiko Loureiro e Juninho Afram, dois guitarristas e duas guitarras que sempre geram curiosidade do público.

Golden - Além de ter seus próprios instrumentos, a Golden é importadora oficial da Eagle, que agora lança no mercado os violões Hofma. Tenho um certo "bode" da Golden. A 20 anos atrás, era a única marca nacional que tínhamos e praticamente endeusávamos quem tinha uma Golden. E olha que as guitarras nem eram tudo aquilo. Com o crescimento do mercado nacional, a marca teve de se profissionalizar para enfrentar a concorrência. Talvez por causa de tudo isso, o stand da Golden não tenha me atraído tanto...

DW - Olha... não sou baterista. Mas sou apaixonado pela DW. É um dos meus sonhos de consumo (e bota sonho nisso, uma vez que alguns kits da chegam aos R$23.000,00 - estou falando de uma bateria usada que vi no Mercado Livre). Ter uma Drum Workshop é mais ou menos como ter uma Ferrari. Pode parecer uma paixão idiota, mas pergunte a qualquer baterista que você conheça...





Music Hall - O Music Hall é um projeto da feira onde durante os 5 dias se apresentam vários artistas. Vale aqui desde artistas desconhecidos até músicos renomados. Confesso que em todas as edições não frequento muito o Music Hall, mas neste ano assisti o Neural Code, que é um projeto solo do Kiko Loureiro e vi também o Bittencourt Project. A banda solo do Rafael Bittencourt é muito legal de ouvir. Não vou falar muito aqui, mas vale uma conferida no Youtube. Vi também uma banda Pop chamada Dejavu (nada a ver com o chatíssimo grupo de forró) que faz cover de artistas do cenário nacional. O mais legal foi o cover de "Até Quando Esperar" do Plebe Rude. Ponto negativo para uma música dos anos 70 que não conheço. O problema não foi a música, e sim a forma como o vocalista apresentou: "vou fazer um cover que dispensa apresentações e que fez muito sucesso nos anos 70". 1 - O vocalista aparentava ter uns 25 anos (sem comentários). 2 - A maior parte do público não conhecia o raio da música e ele nem fez questão de dizer quem era o cara. 3 - A música era chata demais, o que nem gerou a minha curiosidade de saber de quem era.

Guitar Player



O stand da nossa primeira revista de guitarra no Brasil. Aproveitei pra compra a GP nº 2, que foi a primeira que adquiri na vida. Tinha o Joe Satriani na capa e algumas páginas em preto e branco. A nº 1, com o Steve Vai na capa estava esgotada, mas deu pra pegar a 2. Comprei por apenas R$3,00. Stand sempre lotado.


OMB - Ao entrar na feira, levei um susto instantâneo. Um stand da OMB (Ordem dos Músicos do Brasil). A primeira sensação foi de raiva. Pensei: o que essa instituição corrupta está querendo fazer aqui? Depois da raiva, resolvi entrar como quem não quer nada e vi um adesivo "Eu acredito na Nova Ordem". Fui informado dentro da feira que o presidente Wilson Sândoli finalmente foi deposto e que a OMB contava agora com uma nova diretoria. Detalhe: esse cidadão corrupto citado ficou na presidência por infindáveis 42 anos, somente roubando dinheiro dos músicos. Conversei com a 1ª secretária Maria Cristina Barbato, que me recebeu muito bem e me convidou para conferir as mudanças pessoalmente na sede da OMB em São Paulo. Realmente, é difícil acreditar que uma instituição corrupta por 42 anos tenha tido uma mudança radical, mas aceitei o convite e vou conferir pessoalmente. Mas vi algumas coisas que não tinha visto antes: cursos de formação para os músicos, o valor da anuidade está diminuindo de forma progressiva, cursos de música para iniciantes (e tudo isso de forma gratuita) e pela primeira vez está se falando em um plano de previdência para a classe musical. Mas sobre tudo isso, falarei em um próximo post...

Roland/Boss - Não há o que se falar das duas marcas e tudo o que escrever aqui será redundância. São os melhores no que fazem e ponto final. O que gostei foi que no catálogo de produtos eles colocaram o preço sugerido de cada pedal, teclado, amplificador e outros produtos. Enquanto a concorrência tem medo de falar de preço, eles mostram o preço no catálago. Coisa de quem sabe a qualidade que oferece.

2Play - Um novo site de relacionamento entre músicos. Seria uma espécie de Orkut, voltado para a música. No site o músico tem a possibilidade de comercializar a sua música sem a interferência de intermediários (leia-se, gravadoras). Já falei muito disso aqui no blog e citei bons exemplos como o Jamendo e a Trama Music. o 2Play ainda não é a grande solução para o roubo que as grandes gravadoras já fizeram aos músicos, mas é bom saber que temos iniciativas para mudar esse cenário.


Pontos Negativos

Nem tudo é 100% positivo, e algumas coisas foram negativas na feira:


  • Editora Três - Ficou em uma parte na feira onde se concentravam as editoras. Não acrescentou nada para o evento. Por estar perto dos stands da Guitar Player e da Editora HMP (revista Cover Guitarra, site Canal do Músico e revista Batera) sempre tinha de passar em frente ao stand da Três. E em um espaço de 8m², eu chegava a ser abordado 5 vezes pelos vendedores chatos oferecendo "brindes" para te levar para dentro do stand e te vender assinaturas. A Francal, organizadora do evento, deveria ser mais rígida nesses casos, pois era o maior inconveniente. Teve um momento que não deu e acabei sendo um pouco grosso com um dos vendedores. Funcionou, porque eles marcaram o meu rosto e deixaram de me incomodar.


  • Cinema - A parte de produção de eventos mostrou uma evolução imensa. Luzes, efeitos especiais e telões. Porém esses telões eram mais utilizados em demonstrações de filmes. Por ser uma feira de música, poderiam ter colocado alguns grandes shows.


  • Alimentação - Como é caro fazer uma refeição dentro da feira!!! Acordei às 08:00, fui à feira e até às 16:00 eu não tinha me alimentado com nada. Resolvi almoçar. Pelo prato que pago R$18,00 no restaurante perto da empresa onde trabalho, tive de pagar R$30,00. Na fome em que estava, não tive outra opção.


  • Transporte - O maior inconveniente para quem não vai de carro. O trajeto entre a Rodoviária do Tietê até o Expo Center Norte é longo pra quem vai andando e curto de carro. Para ir, da rodoviária até o Expo Center, desembolsei R$10,00 de um "bondoso" taxista. Na volta, só pelo taxímetro (pelas contas dos taxistas, iria pagar uns R$15,00). Entre pagar esse valor por um trajeto de 2 km e ir a pé até a rodoviária, optei pela segunda alternativa. Poderia ter algumas vans coletivas para resolver o problema.

Infelizmente, não tenho como comentar tudo no blog, mas apesar do que acabei de descrever, o saldo da feira foi positivo. É muito bom ver que o nosso mercado está crescendo e sendo valorizado. Prova disso foi a infinita quantidade de stands de marcas nacionais, além de citarmos que algumas delas como a Nig e a Meteoro estão crescendo no exterior.


Até o ano que vem. Estarei por lá novamente.






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